segunda-feira, 7 de junho de 2010

Corjeto Tambor Mineiro na Festa da Música


Jornal Estado de Minas - 7/06/10

FESTA DA MÚSICA
Shows para 120 mil
Maratona de 50 concertos, durante 10 dias, em 13 espaços públicos da capital termina com arrastão de tambores no Parque Municipal e os sons da guitarra baiana na Praça do Papa

Amanda Almeida

Choro, música clássica e samba na Praça do Papa. Congado no Parque Municipal Américo René Giannetti. Valsa e frevo no Museu de Artes e Ofícios. O último dia da 4ª Festa da Música, promovida pela Fundação Assis Chateaubriand e a Guarani FM 96,5, retratou bem o espírito do evento: música de vários gêneros e de alta qualidade em diferentes espaços públicos. Durante os 10 dias de evento, cerca de 120 mil pessoas assistiram às 50 atrações gratuitas. Ao pé da Serra do Curral, com a praça cheia, Armandinho Macêdo e sua guitarra baiana foram os responsáveis pelo encerramento da maratona musical.
No Parque Municipal, no Centro da capital, quem puxou a despedida da Festa da Música foi o mineiro Maurício Tizumba. Com o Cortejo Tambor Mineiro, ele fez um convite ao público: dar um passeio pelo espaço verde entoando canções do congado e da música popular brasileira, ao som dos tambores. Pediu e foi atendido. Em poucos minutos de apresentação, a plateia já dançava no ritmo das batidas e cantava junto: “Oh, oh, oh, oh, Minas Gerais. Deixa o povo passar, deixa o povo passar”.

A aposentada Alverita Neta, de 88 anos, acompanhou bravamente o chamado do mestre Tizumba, caminhou pelo parque e entoou as canções com ele. “Fiquei muito feliz de cantar com ele. Lembro-me de algumas músicas da minha infância. Gostava muito das cantigas”, contou. E o batuque atraiu também quem passava pela feira de artesanato da Avenida Afonso Pena. “O som é muito convidativo. Dá vontade de dançar e bater palma no ritmo dos tambores”, relatou a professora Maria Aparecida Oliveira, de 52.

O engenheiro Fernando Lima, de 48, a mulher, Andrea Salomão, de 49, e os filhos, Pedro, de 6, e André, de 4, foram ao parque especialmente para assistir a Tizumba. “Até suei na caminhada, mas valeu a pena. É um espetáculo a céu aberto perfeito para as crianças”, disse. Antes do artista mineiro, os tambores já tinham aquecido o encerramento da Festa da Música. O grupo Batuque Salubre arrancou aplausos do público. “Adorei tocar no parque porque as pessoas acompanharam e dançaram”, contou o pequeno músico Kauã Moreira, de 7.

No Museu de Artes e Ofícios, o violinista Alessandro Penezzi misturou o universo erudito e popular. No repertório, choro, valsa, baião e frevo. Antes de Armandinho encerrar a maratona, André “Limão” Queiroz foi assistido por centenas de pessoas, na Praça do Papa. Compositor e professor de música, ele tocou bateria.

FESTival Mas a maratona só fará um intervalo. No ano que vem, tem mais da festa mineira, que integra uma celebração mundial. Em 1981, a França criou o festival para promover a democratização do acesso à arte e cultura. Quatro anos depois, o evento começou a ser exportado e, hoje, mais de 100 países têm experiências da Festa da Música. Em Minas, além de trazer bandas consagradas, o festival abre espaço para novos talentos.

Este ano, a novidade foi incorporação de quatro lugares para as apresentações: o Cento e Quatro (Praça da Estação), a Praça Tom Jobim (Santa Efigênia) e Feira Modelo (Rua Araguari, entre Matias Cardoso e Rodrigues Caldas, no Santo Agostinho), totalizando 13 (Parque Municipal, Museu de Artes e Ofícios, Teatro Alterosa e praças do Papa, JK, Liberdade, Santa Tereza, Nova da Pampulha e Diogo Vasconcelos).

Fonte: http://www.uai.com.br/em.html